quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aset, sexo é pecado?

Sim! É um total pecado! É uma total perjúria. Herege! Aquele que queimará pela eternidade e além dela também.

É um pecado, é um erro pois o ser ignora o próprio ser.

O homem ignora o próprio homem quando nega, renega e condena o que é ou o que deixa de ser. Não há palavra maior que tire o direito do ser humano de viver de fato. Não se pode viver pela metade, se o próprio ser humano é um ser por inteiro.

Negar o sexo, negar os desejos, é negar o que te mantém como ser vivo. Pois o seu corpo, é movido tanto pelo intelecto, como por vontades e instintos. Partindo que a inteligência (muito diferente do que é ser intelectual) é uma das vertentes do que venha ser instinto, o sexo se dá como uma das formas inteligentes do ser humano mostrar que vive e quer continuar vivendo.

Se nós humanos somos filhos da Deusa, e de outras divindades que nos colocaram no mundo, qual seria o motivo então de nos deixarmos viver apenas pelo inteligência e não pelo intelecto? Qual seria o motivo de negarmos o prazer, e apenas usarmos o sexo como função? Por que?

Se fomos criados de forma biológica para que sentíssimos bem, que chega a ser uma coisa que nos transcende espiritualmente ou o que você venha a entender como algo além do natural, para que sentir se seriamos de fato condenados?

A inteligência é movida por instinto e o intelecto por vontades. Não se tem instinto se não temos a vontade. Se temos vontade de comer, há o instinto de sobrevivência, podemos pegar nós seres humanos nesse contexto, aos animais (o que para mim é um erro definir) desprovidos de intelecto, mas não desprovidos de inteligência.

Temos o presente de nossa Deusa, que nos difere então do outros animais, temos o intelecto avantajado. Pois eu creio que o amor que nos é dado, e uma busca de satisfação própria é algo que nos move dia-a-dia.

Como eu já disse, intelecto e inteligência andam juntos. Precisamos então nos multiplicar, precisamos então seguir, precisamos continuar, essa é a nossa função quanto mortais, para um pouco de eternidade. Então no nosso instinto procuramos outros de nossa espécie, procuramos o outro com o mesmo instinto para unirmos os nossos seres. E nesse ato de inteligência, ocorro o intelecto, os sentidos, o desejo, o corpo responde ao outro, se entrega ao outro, o abraça, o quer, o consome e por fim o ama.

Não há como forçar o amor. Ele acontece, ele vem, ele nasce.

Para que então tolir o intelecto? Para que destruir a inteligência completa sem o que de fato nos faz pensar?

Aset e Osiris nãos se uniram pois não tinham nada melhor para fazer e muito menos por instinto. Houve o olhar, o sentimento, o desejo, enfim o amor. O sexo, foi a maior e mais bela consequência.

Somos filhos da Deusa, e como filhos dela, carregamos um pouco dela, e para a nossa felicidade, a capacidade de sentir-mos bem com o ato sexual em sí. Pois podemos ter um pouco do que é nos sentirmos únicos, mesmo que seja por um pequeno espaço de tempo. Porque é o que nos dá um pouco do que fomos há muitos anos atrás, em uma escala evolutiva, o que somos hoje, e o que queremos ser no futuro. Seja em desejos, vontades, ou até mesmo por instinto animal. Que ser humano nenhum está livre de.

Se sexo é pecado?

É pecado não tê-lo. Não apreciá-lo. Não tomá-lo com SUPREMO RESPEITO, sem a banalização idiota em que muitas pessoas estão fazendo hoje em dia. Pois sexo, é de fato um ritual. E um ritual divino eu diria. É onde dois filhos de divindades se encontram, e se unem. E nesse ato, o maravilhoso acontece, se cria até outra vida. Abençoado pela Deusa, ou pelo Deus.

Aset nos ensina a nos amarmos como um indivíduo, como um ser único, como seu filho ou filha. E não pela metade, mas por inteiro. Nos nossos acertos e erros. Na nossa inteligência e no nosso intelecto.

Sexo envolve os dois.


Não somos devassos, não somos sujos por aceitarmos os sexo por prazer somente. Não somos pecadores por aceitarmos o sexo como um ato de amor, de demonstração de carinho e paixão pelo outro, sem que haja de fato a procriação.

Pois uma demonstração de amor, carinho, se dá de várias formas. Pode ser num bilhetinho escrito na sala de aula para a pessoa que você gosta, do beijinho no rosto, no segurar de uma mão, enfim. O que importa, é que nesses atos, o amor há de ser a base, para ter sentido.

Se não faz sentido, não há intelecto e muito menos inteligência.


Um forte abraço para todos.


Mario de Carvalho.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Isis, um Coração

Este é um presente que a sacerdotisa traz diante da Senhora do Desejo do Coração, Deusa do Coração de Isis: uma oferenda de invocação do meu próprio coração.

My heart in your hands


O que eu deveria oferecer a minha Deusa Aset a não ser o que é só meu para dar? O que oferecer senão meu coração?

Eu meu coração, eu sou. Em meu coração, eu existo. Em meu coração, eu vivo. O que eu fiz, quem amei, como falhei, como triunfei – tudo está em meu coração. Cada ato, cada pensamento tece o vaso do meu coração. Em todas as minhas imperfeições e perfeições, fui eu que teci meu próprio coração. Eu uni cada ponto. E eu comecei a tecê-lo no dia que eu nasci.

Este coração que é meu sabe o que está nele. E isso, ISSO, é o que eu ofereço a Você, Isis: meu coração e tudo que ele contém. É o desejo do meu coração que ele pertença a Você.

Ouça, Aset, as palavras do coração: “Eu sou oferecido a Isis pois sou o trono de Seu poder, amor, sabedoria e magia sagrada. Eu sou aquele lugar que, ao entrar, faz-se uma jornada para o Most Self – transcende o Self e se torna No Self e All Self. Eu sou o Portal da transformação. Eu sou a gota pura de orvalho. Eu sou o Coração.”

A Você, Aset, ofereço meu coração e todas as coisas belas e puras. M’den, Iset. Aceite, Aset.


Offerings to Isis - M. Isidora Forrest

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sem Ela

São 2:13 da manhã e na verdade eu não sei o que eu estou fazendo aqui, já que eu tenho que acordar as cinco para ir para a faculdade. Enfim...

Tem muito tempo que eu não posto alguma coisa aqui, porque tem muito tempo que eu não falo com a Deusa. Eu acho que me perdi dela. Às vezes acho que ela me esqueceu. Tem muito tempo desde a minha última oferenda também. 

Pior do que achar que ela me esqueceu é eu achar que eu a esqueci. Não conversamos tem muito tempo mesmo. Também nem tenho tentado. Ela também não me procurou mais, se o fez não percebi. Fico pensando se eu me perdi de seu caminho. Ou que por algum motivo não tenha mais tanta necessidade dela assim. Mas não... creio que não seja isso, sinto que tem algo faltando. Olho para o meu altar, e encaro a Deusa por minutos, talvez esperando que ela vá me dizer alguma coisa. Mas não. Não há nada. 

Minha vida amorosa está bem, pelo menos por enquanto e assim espero que continue. Tenho um filho maravilhoso. Enfim. Acredito que eu não tenha mais algo para pedir para ela. A não ser que ela volte a ficar perto de mim, pois existem momentos como esses, em que eu não durmo, e que eu infelizmente penso (o que vem a ser um fardo praticamente todas as vezes, não gosto de pensar.) em coisas que me rodeiam e sempre vem algo me dizendo que ainda assim falta alguma coisa. 

Neste momento eu me sinto só. Completamente só. Mas ainda sei desenhar sorrisos quando é necessário. Quanto menos perguntas, melhor, um sorriso sana todo o enfado de ter que dar satisfações das quais nem eu sei se cabem a mim dar. 

O contato com as pessoas diminuiu drasticamente. Não tenho achado assunto para conversar com mais ninguém, e Aset também está na lista. Por que?

Eu queria poder achar alguma razão, alguma lógica para que eu tenha me distanciado dela. Para que eu tenha ficado em silêncio entre eu e a mãe. 

Minha fé por ela, é inabalável e isso é bom. Pelo menos isso... Mas sinto falta quando eu a sentia o tempo todo. 

E agora neste momento ela me diz, que a resposta eu sei. Que respota? Para qual pergunta? Se eu não tenho nada para dizer, o que é que eu tenho para ouvir?

Silêncio da Deusa muitas vezes me incomoda. Me deixa sentindo desamparado. Não sou forte sempre, não sou suficiente sempre. Posso não precisar de outras pessoas, mas dela sinto que preciso o tempo todo, mesmo que eu não tenha problemas. Mesmo que esteja tudo bem. 

Não quero que a Deusa faça parte da minha vida só quando eu me encontro em apuros ou vivo problemas, acho que de todo mundo Ela é quem eu mais gostaria de compartilhar todas as minhas felicidades. E ainda assim...

Me sinto só...
Me sinto perdido...
Não sei o que falar e muito menos sei o que ouvir...
Sinto falta de Aset.
Muita falta até.